quarta-feira, 26 de março de 2008

Buscando oportunidade

Olá a todos! Hoje, escrevo de onde eu considero o melhor dos escritórios da nossa empresa: a rede da varanda da minha casa. O céu estrelado e o fone de ouvido são ótimas inspirações. Neste quesito, sou muito mais baiano que o Ciro.

Continuamos trabalhando forte no nosso site. Domingo de sol, sem uma nuvem, pessoas brincando no parque, se divertindo... E eu pergunto: o que empreendedores fazem nessa hora? Isto mesmo, trabalham! Fui até a casa do Luigi. Agilizamos muita coisa. Agora que o site está bem adiantado é que podemos ver o resultado do nosso trabalho. Com os textos do Ciro, o layout do Luigi e minhas linhas de código, o serviço está ficando muito bom, modéstia à parte. Queremos colocar nosso nome o quanto antes na internet, o que poderá ser um canal fundamental para futuros contratos.

Continuamos a luta para divulgar nosso trabalho no meio político. Ainda não achamos o vendedor para fazer a prospecção. O jeito foi montar um material publicitário, com a nossa proposta e divulgar por e-mail. Esperamos algum contato, mas não sei. Acho que o encontro pessoal é fundamental para passar credibilidade ao cliente. Mesmo que os textos estejam excelentes, nada substitui o que a expressão corporal revela. De qualquer forma, é o que podemos fazer no momento.

Começamos a pensar nas pessoas que poderiam ajudar. Nesta hora, você lembra até do primo da cunhada, com quem você não tem mais contato. Mas como ele pode divulgar sua proposta, você não pensa duas vezes para procurá-lo. No nosso caso, não precisei ir tão longe na árvore genealógica. Lembrei de uma tia que trabalha na câmara da cidade aonde eu morava. Apesar de ser muito menor que São Paulo, lá também tem eleição e internet. Público-alvo perfeito para nós. Ela ficou de repassar nosso material para os parlamentares. No entanto, aqui em São Paulo, nossa alternativa foi recolher os e-mails dos políticos, montar um mailing e enviar uma mensagem. São mais alguns e-mails que levam a esperança de fechar nosso primeiro contrato.

Porém, outra oportunidade caiu no nosso colo. Tá, não está tão no nosso colo assim. Na verdade, está a alguns quilômetros de distância. Em outro hemisfério, para ser mais exato. Um amigo meu, da empresa aonde trabalho, tinha um site, no qual ele divulgava seu trabalho de freela como webdesigner. Pelo contato deste site, um empresário disse que procurava uma empresa no Brasil, para realizar o trabalho de marketing e internet, pois sua empresa estava entrando no mercado latino-americano e queria uma agência no Brasil para realizar o trabalho. Valor teto do orçamento: US$ 60.000. Não tem como não ficar otimista com um número desse, ainda mais quando nosso objetivo, em sete meses, são meros R$ 18.000. Claro que existe uma série de custos neste orçamento, até porque seriam vários os serviços prestados, de criação de marca a vídeos promocionais. Mas o lucro e o case seriam importantíssimos para nós.

No e-mail, o cliente informava sobre a disputa para pegar o projeto. Como nosso principal bem é o tempo, temos que tomar cuidado para não desperdiçá-lo em uma concorrência que não seríamos capazes de vencer, por qualquer eventual questão. Mas este é um limite difícil de ser enxergado por quem acredita no seu trabalho. Temos que ser realistas: contamos com pouco tempo disponível e, provavelmente, empresas de grande porte entrarão na disputa. Vamos desistir? Não sei. Tomaremos cuidado, mas procuraremos saber mais sobre o que o cliente quer e apresentar nossa proposta. O prazo é de 10 dias. Ligaremos para o cliente e avaliaremos. No quesito vontade de realizar um trabalho diferenciado, garanto que ganhamos de qualquer empresa, de qualquer porte. Esperamos que os empresários sejam capazes de enxergar isso, ou nas palavras escritas na nossa proposta, ou nos nossos olhos, e explorem essa nossa vontade de crescer.

Semana que vem veremos se algumas das propostas começaram a virar realidade. Espero trazer boas notícias!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Mudando de assunto

A gente sempre começa falando das reuniões semanais. Contando os planos e decisões tomadas para o nosso negócio. Porém, hoje, vamos mudar o foco. O nosso dia-a-dia de trabalho revela a correria que é para montar uma empresa. Mal começa o dia e já tenho vários e-mails na minha caixa, sobre a InBrasil. Isto porque meu dia, profissionalmente, começa às 8h00 da manhã. Apesar de que, se dependesse do Ciro, nem que eu começasse às 7h00! É isso mesmo: temos e-mails dele enviado às 6h23 da manhã.

Já comentamos sobre a qualidade do Ciro de multiplicar as horas. Mas, na realidade, não tem nenhuma mágica nisso. Talvez um pouco de planejamento e otimização do tempo, mas, de resto, é ralação mesmo. Como trabalhamos em empresas diferentes, nosso principal meio de comunicação é o correio eletrônico. São, em média, 30 e-mails por dia, dos mais variados assuntos. Layout do site e detalhes de proposta são apenas alguns exemplos.

Quando os e-mails não dão conta, nos encontramos pessoalmente. Neste sábado, eu e o Luigi dispensamos namoradas, família e passeios, para acertarmos o site. Tínhamos previsto duas semanas para terminar, mas confesso que o cronograma irá passar um pouco. Quando precisamos passar um prazo, temos que contar com serviços paralelos que irão aparecer, problemas técnicos, entre outros. Mas o que seriam das metas se elas fossem fáceis? Em “Toyota - A Fórmula da Inovação”, o autor comenta sobre a necessidade de metas audaciosas. Além de motivar a equipe, por ser um desafio, ela obriga a inovação. Estimula o uso de técnicas mais enxutas que realmente tenham impacto nos resultados.

Por exemplo: temos um processo que produz 50 peças em 10 minutos e que resulta em 2.400 peças por dia. O chefe resolve fazer sua equipe suar, aumentando a meta para 2.500 peças. Podemos simplesmente aumentar nossa carga horária em mais 20 minutos e atingimos nossa meta. Mas isto não é o ideal. O custo para a produção aumenta na mesma proporção ou mais. Porém, se aumentarmos as metas em 3.000, não será possível passar a noite na fábrica. Seremos obrigados a melhorar nosso processo. Ou seja, produzir de uma maneira mais inteligente, que traga esse resultado.

Obviamente que precisaremos de tempo para pensar e conhecimento para melhorar o processo. Metas altas sem alteração de processo só servem para desestimular, pois são vistas como impossíveis, desanimando totalmente a equipe.

Como nosso tempo é pouco, temos melhorado alguns processos técnicos e customizado nossa comunicação. O que trará benefícios quando tivermos tempo integral?

Estamos trabalhando forte na área política. Queremos aproveitar esta época para colaborar com nossa conta corrente. O Ciro concluiu a proposta de sites e serviços para os candidatos das eleições deste ano. Procuramos também ficar por dentro das leis eleitorais e fazer disso um diferencial para conseguirmos trabalho.

Nosso maior problema é quem irá à Câmara fazer a divulgação do serviço (lá está uma importantíssima parcela do público-alvo). Trabalhamos em período integral. Os conhecidos que temos ou não têm tempo livre, ou não saberiam conversar tecnicamente sobre a proposta, ou não teriam jogo de cintura para negociar. A vontade do empreendedor é de ir ele mesmo e fazer o negócio acontecer. Mas, se não conseguirmos o ótimo, teremos que ficar com o ‘bom’ mesmo e procurar alguém que possa realizar a venda para nós. Alguém se habilita aí?

quarta-feira, 12 de março de 2008

O preço da liberdade

Objetivos. Temos vários. Tempo para viabilizá-los? Pouco. Noites e finais de semana fazem parte do nosso expediente. É nessa hora que fazemos aquilo que realmente gostamos. Como dizem as melhores cartilhas das pessoas que conseguiram sucesso, metas são obrigatórias. Precisamos resolver essa questão do tempo. A nossa idéia foi fazer contas e calcular quanto seria necessário para que um de nós pudesse se dedicar em período integral e acelerar o processo da empresa. Começamos a imaginar nossos gastos e tiramos uma média de R$ 3 mil por mês para despesa pessoal e eventuais contas da InBrasil.

Começamos a discutir quanto tempo precisávamos garantir, até que os projetos pudessem sustentar as despesas da empresa. Chegamos a seis meses, ou seja, precisávamos juntar R$ 18 mil. Prazo? Sete meses seria um tempo razoável. Não é uma quantia fácil de se conseguir somente com lucro de projetos e os R$ 50 propostos para cada um ‘doar’ (lembra da mensalidade?!). Porém, não é uma meta impossível. Esses valores ainda serão corrigidos no plano de negócios, que terá um estudo mais detalhado, mas não irá fugir muito disso. Estava selado o preço da liberdade. Um de nós terá o privilégio e a responsabilidade de tocar inicialmente o negócio em período integral. Irá bater de porta em porta apresentando projetos, fazer serviço técnico, preparar o café, elaborar as estratégias e fechar o balanço. Atividades normais de um empreendedor no início da careira, ou seja, todas.

Agora, sim, voltamos aos projetos. Porém, trabalhando em cima de um objetivo maior. A proposta do restaurante está correndo ainda. Tivemos mais uma conversa, mas o valor está segurando as coisas. Confesso que oferecemos um preço baixo, pelo número de serviços que iremos prestar. Entretanto, o cliente fez o seu papel de negociador.

Mostrar as vantagens de um serviço intangível como o nosso não é fácil. Principalmente para empresas menores. Se fôssemos um fabricante de fogão industrial, por exemplo, a conta seria simples. O novo fogão permitiria uma diminuição de cinco minutos no preparo, tendo assim um aumento de 30% na produção. Para um restaurante que está sempre lotado, teríamos um incremento no lucro da mesma proporção. Com isso, o novo fogão se pagaria em 18 meses. No entanto, precisamos mostrar que uma identidade visual ajudará a fidelizar os clientes. Que promoções, em dias de aniversário e com conta paga para o aniversariante, trazem várias pessoas que, além de acompanhá-lo, irão comer, pagar e o melhor de tudo: se transformarão em publicitários da mídia que tem mais crédito, o boca-a-boca. Que apagar as luzes, fazer os garçons cantarem parabéns e baterem panelas faz da data um momento mais especial para o cliente.

Todas essas idéias não têm uma taxa fixa de retorno. Mas são justamente elas os diferenciais que irão fazer do seu comércio um lugar mais especial que os outros. Este é o nosso trabalho: transformar o lugar em um local especial, que possua valores e princípios que, naturalmente, serão levados em conta pelos clientes.

Estamos levantando outras propostas. Outro ambiente interessante para trabalhar nesta época é o político. Precisamos aproveitar a demanda de serviços, para atingir nossa liberdade. O Ciro está preparando as propostas que serão enviadas, pois ele ficou responsável pela parte comercial. Eu e o Luigi continuamos trabalhando no nosso site. Mudamos uma coisa ou outra, mas já se percebe uma identidade em todo o trabalho.

Nas próximas reuniões, iremos discutir a abertura da conta da empresa. Esperamos vê-la com, no mínimo, R$ 18 mil daqui a sete meses. E, como sempre, vocês acompanharão se estaremos perto ou longe. Muitas pessoas escrevem para nós, contando sobre a torcida para que tudo dê certo. Saibam que isto nos mantém ainda mais motivados. Obrigado, até a próxima... E continuem torcendo!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Falando em criança...

Mais uma reunião. Porém, desta vez, o Luigi não pôde vir. Resolvemos nos encontrar somente eu e o Ciro, pois tínhamos muitas coisas para resolver. Estamos discutindo bastante as possibilidades comerciais, para achar um foco que permita ganharmos dinheiro a curto prazo.

Está cada vez mais evidente que precisamos de algum de nós se dedicando em período integral para o negócio andar. Quando me mudei para São Paulo, há dois anos, tinha planos de trabalhar um par de anos, ganhar experiência e montar meu próprio negócio. A idéia de empreender sempre esteve na minha cabeça. Tinha 17 anos, quando minha mãe me apresentou à revista PEGN, que me deu certeza sobre o que eu queria. Você ler a opinião de especialistas dizendo que fariam o mesmo que você pensou é extremamente incentivador.

O primeiro negócio que tive foi com uns 10 anos de idade. Minha mãe resolveu fazer amendoins para eu vender na vila. Até hoje, não sei o motivo: se ela me via como um futuro comerciante ou queria apenas me ensinar a lição de ganhar dinheiro. Como sempre, resolvi encarar. Foi um sucesso! No primeiro dia, vendi todos os amendoins. Já naquela época , fazia planos de crescer. Minha atitude foi de agregar valor ao negócio (óbvio que, naquela ocasião, eu nem sabia que esta palavra existia). Comprei um pacote de amendoim, com o lucro. Só que de chocolate, para poder aumentar o valor. Mas não deu muito certo. Acho que faltou um plano de negócios sobre venda de amendoim. Se tivesse estudado meu público-alvo, saberia que eles tinham comprado por que me conheciam e por piedade. Num segundo dia, a brincadeira perdia a graça e ninguém iria comprar de volta.

Estou tentando novamente. Porém, agora, bem mais preparado. Acredito que tenha adquirido a experiência necessária na parte técnica, para construir algo com diferencial. Acho que chegou a hora. E quando a coisa chega neste ponto, fazer serviços monótonos e repetitivos é muito entediante. Se você tem a vontade de empreender, sua natureza é de ser inquieto e gostar de desafios.E como funcionário de uma empresa (que não a sua própria), o melhor que ela pode lhe oferecer é comodidade.

Resolvemos nos encontrar na minha casa. Tomamos um café antes e vimos que tínhamos bastante coisa para conversar. Na procura por um nicho para gerar dinheiro, levantamos algumas empresas para as quais poderíamos elaborar uma proposta. Uma delas é uma rede de restaurantes que era cliente do Luigi, nos tempos de freelance. Um potencial imenso, para o qual poderíamos fazer várias coisas, principalmente na área de publicidade.

Nas conversas sobre como abordar o cliente, o Luigi tinha revelado o excêntrico gosto por palavras complexas que o dono do restaurante tinha. Isto mesmo! O fato de adicionar algumas palavras no vocabulário dele poderia ganhar sua simpatia. Sabendo disso, o Ciro recorreu ao repertório dele. De lá, saíram “bench marking” e “análise SWOT”, que fizeram os olhos do cliente brilharem na apresentação. Isso que é serviço completo! Assessória em Marketing e aulas extras de inglês. Se as palavras de efeito vão funcionar, só saberemos semana que vem, quando voltaremos a conversar com ele.

Dentro da reunião comigo, o Ciro entrou num assunto pessoal. Estava preocupado com a possibilidade de a sua mulher estar grávida. Eles tinham tentado por um tempo, mas sem sucesso. Por isso, ele achava que não passava de mais uma suspeita, como as anteriores. Para quem está gerando um filho chamado InBrasil, uma criança de verdade é uma responsabilidade a mais. O teste de gravidez seria no outro dia.

Estava trabalhando, quando recebi uma ligação. Era o Ciro e adivinhem! Teremos mais um integrante na nossa equipe! Mistura de sentimentos ficavam claras na voz dele. Alegria, preocupação, responsabilidade. Enfim, mais uma surpresa que a vida trazia. E, com certeza, um incentivo maior para que nossa empresa de certo.

Teremos reunião semana que vem, para finalizar cronograma, conjunto de ações comerciais e reavaliação do layout do site. O tempo está passando rápido e precisamos correr mais rápido que ele. Até a próxima!